domingo, 26 de agosto de 2007
Carta marcada
Sempre que tenho o privilégio de entrevistar jovens araguarinos, ouço a mesma opinião à respeito das carências vividas na cidade.
A falta de opções de lazer, culturais, de emprego, entre outras coisas.
Os cursos aqui implantados contribuíram para aumentar essa população jovem, vinda de outras paragens, e que também se queixa igualzinho.
Entra ano, sai ano, entra governo, sai governo e nada se modifica. Permanece o marasmo, a falta de criatividade, a mentalidade tacanha.
Nossos artistas, também queixosos, com razão, alegam a falta de espaço para mostrar seus trabalhos, a falta de apoio, a falta de interesse.
Com isso a cidade fica, eu não diria morta, mas desmaiada, fraca, anêmica, buscando revitalizar-se em Uberlândia, como quem lá busca o aeroporto, o shopping, o cinema, os shows de qualidade, e muito mais.
Ainda há quem tenha bronca de Uberlândia, quando até a busca da leitura quem nos socorre é a Siciliano!
Conversando com a presidente da FAEC, indagamos sobre as atividades culturais oferecidas aos jovens. Citou uma lista de programação realizada, o que não duvidamos mas, percebemos que não é exatamente o que a moçada pretende e quer.
Não seria hora, passada aliás, de abrir a questão e discuti-la com a sociedade?
Formar-se uma comissão representando a juventude e ouvir os seus anseios, deixando de impor o que a FAEC entende como melhor?
As atividades são direcionadas à sociedade? Não seria ela a indicada para sugerir e apontar o que espera e gostaria de ver acontecer?
Como não vai aqui nenhuma intenção de crítica ao esforço e trabalho de quem quer que seja, fica o comentário, pelo comentário simplesmente!
Musicalidade
Já aconteceu com vocês acordar e, logo pela manhã, bater aquela vontade de ouvir um determinado artista, cantando uma também determinada música?
O domingo me chegou com cara de Lulu Santos!
A música que queria, porque queria simplesmente ouvir, parecia ser "Como uma onda" dizendo pra gente que "nada do que foi será, de novo como foi um dia... "
Isso é certo demais, lógico demais, mas sei lá porque senti no peito o desejo de que alguém - no caso Lulu Santos - reafirmasse isso.
Ouvi e ví repetida vezes sem enjoar do tom de sua voz, de seu domínio de palco, do estilo descolado visto e revisto há tantos anos.
A vida é de verdade "como uma onda no mar" e ninguém pode fugir disso. Um mar às vezes calmo e sereno, às vezes turbulento e enfurecido, mas sempre misterioso, mágico e de infinita beleza!
Assim virou o domingo, meio solitário, reflexivo, deixando ainda algumas dúvidas a serem tiradas e algumas conclusões bem definidas...
Confirmado ficou a necessidade de amigos, o bem que a música nos traz, a saudade existe e as vezes é "dor pungente", às vezes só saudade mesmo; o maior mal do mundo é o preconceito, não só o social, mas o alimentado contra si próprio, nunca passado a limpo por se camuflar debaixo das regrinhas pré estabelecidas do tipo isso pode, isso deve, isso NÃO PODE!
E, como uma onda no mar, é preciso ir e vir promovendo mudanças. Mudanças que sejam do seu jeito, da sua vontade, da forma que te fizer feliz porque nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia... E se não foi como você pretendeu, vire agora o jogo, ou pelo menos tente,
afinal tudo passa, tudo sempre passará!
Rever conceitos, amores, permitir-se ousar, libertar-se dos ransos injetados durante uma vida, pela sociedade, pelas igrejas e pela família, orientando conforme foi orientada, é possível, é saudável, é justo.
Fechei a tarde domingueira e preguiçosa, muito bem acompanhada por Lulu Santos, obrigada!
E posso garantir que a remexida interior, foi produtiva, eficaz e determinante!
Boa Semana! Bom Feriado!
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